domingo, 27 de março de 2011

Memória de uma prostituta

Amarrotado jardim carnal
O qual doce bela se banha
Noite adentro, lua fora

Perdido, pecador banal
Espia, escarra e arranha
Prova o amargo veneno da fruta

Delicia-se tentadora prostituta
Tece feroz sua teia
Aprisiona a carne pecadora
Ludibria com taça cheia
Arde loucamente desejosa
Grita alto desgraçada tentadora
Nua alma de seda rosa

Crava a unha no corpo
Da vitima que se entrega
Treme sussurra quase morto

A gota deliciosa rega
Ressuscitando o corpo desgraçado
Noite fria instiga paixão quente
Ardil caminho, delicioso pecado

Regozijo loucamente
Do aveludado jardim seu

Minha prostituta amada
Numa triste madrugada
O suicídio cometeu

Agora descansa inocente
No jardim, inconsciente
Que aflora no peito
De esse ser imperfeito
Que lembra inquieto
Agoniado no leito

Febril moribundo, eu Decreto!

(poema escrito, das divagações literárias e das observações noturnas)
(amosventura)

sábado, 19 de março de 2011

É assim que sinto

E assim que sinto
Sua falta
E faz muita falta
Quando ressalta
A lembrança
De você indo
Vindo, sorrindo
Posso fingir compreensão
Mas agora não
Pois aflorou
Afogou
Em meu ser
Posso ser
Ver, escrever
Ler, reler
Tudo que segregou
Em minutos
Que dura dor
Durador
Dura a dor
E tudo que causou
Foi o caos
O tradutor
Traduzindo o desatino
Desalento
Que em palavras transformou
Formou
Fraseou tudo no papel
Papelão
No centro certo
Mas perto do peito
E deixa com gosto de fel
Feito feitiço
Enfeitiçando
Enfeitiçado despeço
Desprendo, disperso
Desaparece no céu
Seu
Reaparece presa
Prestes perto
Do chão
Meu
Medo
Quando acontece
Acomete
E anoitece
Fico preso no ensejo
Pra sair da solidão
Solução
Silenciosa
Saudosa ainda
Que não finda
Mas me abraça
E faz criar
Tudo de novo
Novamente
Antes que acabe
E cause
A separação
Forçada
Indesejada
De você alegria
Contagia
Dentro de mim
Monotonia
Melancolia
Somados, sanados
Em simples poesia.....

(amosventura)

poema para uma amiga, que amanhece meu dia....

Quase Poema

Quase morro
Mas não te levo
Junto

A dor maldita
Se faz presente
Essa sim é que mata

Mas você é a cúmplice
Mesmo assim
Me culpa

Pois eu sei
Essa e minha sentença
Sem entender

Cem anos
Sem saber
Contemplando
Simplesmente

Qual a diferença
De morrer
Se eu quase morro

(amosventura)