segunda-feira, 23 de abril de 2012

Da morte

Abraça-me oh morte
 Leva para si esse filho doente
Leve-me ao escuro do teu infinito
 Dei-me o teu castigo maldito

O corpo apodrecera coberto de terra
Mas a alma calejada aqui te espera
 Eis o ultimo desejo, do moribundo
 -Abandonar as inglórias desse mundo

Deixar de ser a viva matéria
Ser entulho guardado no cemitério
 E ser apenas restos podres em demasia

Ah mas que fim mais inglório
Que o destino me guardou
Hoje esquecido no tumulo, nada sou.

 (amos)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Do Adeus

Um dia morto a morte vem perdida
Cheio de consolo para a vida
-E o que há para o conforto do peito
Parar de vagar e morrer no leito

Onde a escuridão deixa-me amedrontado
E as lagrimas da saudade transborda
Tanto que busco paz na triste corda
-E o nó que destes, deixa mais um sepultado

Fugi para o vale do descanso profundo
-Falhou quando deu adeus ao mundo
Pedi perdão ao céu oculto pelo nevoeiro

-E um desapontado riso ecoou na escuridão
Riso esse foi do maldito coveiro
Que rejeitou minha (in)decisão

(amos)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Da última reza (cartas para .. .)

Uma parte do significante é um impossível
Circulante entre o superior caos mortal
Mesmo que essa direção leve para o sensível
E a outra direção seja para o racional

Existem elementos que exigiriam uma reflexão
Que esteja situado num meio caminho
Entre o real e a concreta ilusão
Seria impossível? A possibilidade de principiar um infinito

E dizer uma solução parece a desgraçada opressão
Escrever é uma absoluta (in)certeza de querer restaurar
De querer enfrentar tudo, da dura pena que é o infinito imaginar

A realidade, portanto repousa e reduz a dimensão
E deixa esse céu inútil, esse dia amargo para torturar
E cada noite sombria é a última quando a morte vem me visitar

(amos)