terça-feira, 22 de março de 2022

Quase um haikai tupiniquim "Ode ao Messias"

 

Despeitadas ruínas do que foi Olimpo

Nós, tão pouco livres

Como são eles

Ao seu domínio, Dionísio!

Só na ilusão a liberdade existe

No convencimento antigo

O ritmo repetido

Das ninfas, insiste

 

Entre deuses e assassinos

Alheio ao mundo

Gemem em segredo

Pequenos vultos

 

No falso arbítrio

Superior e urdido

A consciência lúcida  

Já não importa

Mas a concisa

Sombra abjeta

Da miséria humana

É a riqueza do que lhe resta

 

E no inútil  universo

Um amor solene

Sobrevive

puro e plácido

E do pranto

O amanhã renasce

Vivo em Cristo.

 

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Quase um haikai tupiniquim "Beleza Macunaíma" ou "A feiura macunaímica"

Não sabeis, doce donzela
No coliseu a beleza causou a ira da fera
A puta, a velhaca e a mijona
Saíram com as "tetona"
de fora, gritando pior que uma cadela
"Bufais Jaratacaca"
Vós fornicais até na caca
Miserável velhaca
Ate o diabo
"lhe chama por menoscabo"


Quase um haikai tupiniquim " Sexta macunaímica" ou "Versos da preguiça"

Sem um puto vintém
Despachou-se para o fim
Pela rua, aquém
Dos bebuns
Com um podre escarpim
E um vinho ruim
Além de mim
A sexta por um triz.


Quase um haikai tupiniquim "o Suicídio do Macunaíma" ou "Trevas macunaímicas"

E tu a sós, moribundo
Na sombra morta
A noite conforta
Dos males do mundo

A alma sofre cruel tortura
Dos prazeres do mundo
Jaz em sombria amargura
Maldito moribundo.
Inquietante sonho repetia
-Sepultado - as vozes dizia-
Rompendo o sono sepulcral
A luz da aurora vibrava
Como a harpa celestial
Anunciando o fim da vivalma.

Quase um haikai tupiniquim "Eleitores Tupiniquim" ou "Política do Macunaíma"

Imaginais, o insensato
macunaíma, com miolos de pateta
Deu para conversa de doutores
Agora o discurso é política
Nada do que "não tenha já dito"
"Cada mula com seu carrapato"
Pobre macunaíma, fala sem recato
Na torta rima, não passa de "Mandu"
Um flato que sai .. e vai pelos ares.


Quase um Haikai Tupiniquim "Romance Macunaímico" ou "Pathos tupiniquim"
Amores que me matam
Demônios que me perseguem
Estive hoje no passado
Fugindo desses que me querem.
Ontem passeando
Vi o que sobrou de hoje
Tentações e ruínas
Quem sabe amanhã
Aqui jaz.


Quase um Haikai Tupiniquim "Fala do Macunaíma" ou " Rimas Macunaímicas"
Aqui vai uma descrição
Para os tolos é em vão
Vós que utilizai o rabo
Para satisfazer o diabo
Causando admiração essa asneira
Tens a razão irmã da traseira
De uma vaca
No fim, tu e o bersabu
Só serve de rima
Pro c...

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Quase um haikai tupiniquim "A língua macunaímica" ou "limite macunaímico"

Vós, que atento ao meu pecado
Com uma língua de ouriço
Viestes difamando meu brio
Supõe péssimo indício
Lhe causando alarde
Esse meu vicio
Como um velho cão raivoso
Contra o rabo se pôs a latir

Oh! Dissimulado velhaco
Tu cheio de monco no nariz
Não passa de um filho de meretriz.
Obrigado.

2-Quase um haikai tupiniquim "O Fantástico mundo Macunaímico" ou "Comunista de Apartamento" 

Como fazem alarde nesse país
Vossa Senhoria sempre ordinário
tão miserável e infeliz
Carrega no vosso traseiro
A certeza de uma meretriz
Mas diz, camarada
Tens o gozo do filho da cadela
Quando tens o cu ornado
Trocando a mãe por uns cruzados?


3- Quase um haikai tupiniquim "Macunaíma o Tolo Letrado" ou "Parvoíces Macunaímicas"

O tolo propôs uma nova questão
Não obstante, soberba parvoíce
Por outro Mandu, foi tão gabada
Para mulas não foi em vão
Enfim é muita tolice
No final a rima é privada.


quinta-feira, 23 de junho de 2016

Quase um Haikai Tupiniquim - Da semelhança

como corpo (im)possível
um mergulho
no teu corpo (in)visível
no mar bravio
noturno e (in)dizível

Quase um Haikai Tupiniquim - Do Corpo

O corpo (é) nada
No rio raso
Do silêncio
Noturno
Das tuas palavras

sábado, 28 de dezembro de 2013

Da pele



A brancura suave da tua pele confunde
O vôo noturno do anjo celestial
E o calor que sobe é semelhante
O fogo do juízo final

E o infinito som do gemido
Abre a porta para o abismo infernal
E do céu desce o “fogo misturado”
“com o sangue” do pecado carnal

E quando docemente a chama toca
O mar da pele, tranqüilo queima
E o vento santo do desejo acalma

Esse fogo que acende na alma
O gosto amargo do santo pecado
Que no ventre da alma eternamente fica marcado.

(Amos)

sábado, 23 de novembro de 2013

Do cabelo



Teu cabelo que ondula
No vento sereno da saudade
E um infinito mundo revela
A beleza do instante devasso da insanidade

E indefeso o pensamento navega
No mar bravio abstrato
E no incandescente desejo nefasto
Que constantemente tudo cega

E na escura ilusão que tudo devora
Busca, a incerteza da luz branca da aurora
Mas o farol da solitária luz que guia

Por entre as dores do triste nevoeiro
Atrai para longe, lá, para a prisão da agonia
E faz do navegador teu eterno prisioneiro
(amos)