segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Poema meu Calvário

Meu poema é fraco
Tão fraco que da sono
E faz fraquejar o próprio dono
Meu poema não é macio
É um imenso vazio
Bem no centro do nada

O poema meu
É o mar bravio
Imaginário
É chuva que faz enxurrada
Na noite escura como breu

É um poema (do) bárbaro
Feito com retalho
Que na noite preparo
Como o leve toque do orvalho

-O poema meu calvário-
Agora é minha salvação
Da negra peregrinação
Que faço, na semana
(ninguém me engana)

Poema doce bebida
Servido na taça
Bebida da (des)graça


Mas sem poema
Não há um eu
(Não há um você)
Não tem noite
E não tem dia
Não tem morte
Não mais vida
Pois não há quem os crie

Sem poema
Nada mais existiria

-poema meu calvário-
(amos)

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