segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Fim

O fim
E um fato que sem pressa
Nos afeta
Nos fazem lembrar de tristezas e festas
Por hora nos enlouquece
Certas vezes a gente ate esquece
Essa triste sina
Que por fim nos ensina
Que o tempo é malvado
Veloz nos deixa desajuizado
Triste tempo danado
Que desesperadamente passa
Passando deixa tudo sem graça
E como tudo na vida acaba
E sutilmente desaba
A brancura em nosso cabelo
E pra ultimo pesadelo
Que agora nos trai
E do rosto a ultima lagrima cai
Mas o tempo tão sisudo
Nos faz esquecer de tudo
Pra num outro dia
Na sombra da solidão
Se lembrar infelizmente
Dessa maldita assombração
Que chamamos de despedida

(amosventura)

domingo, 31 de outubro de 2010

Poeminha da vida

Todavia procuro ruas
Transitáveis
Mas com tanta sujeira
São insuportáveis
E a multidão
E a ma educação
São inseparáveis
(amosventura)

Poeminha

Acordo cedo sonâmbulo
Na cama molhada e fria
Deixo os pesadelos taciturnos

Poeminha

Na chavena gelo e cachaça
Na esquina a puta solitaria
MInha vida vejo sem graça

(amosventura)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Memórias

E como as folhas jogadas
No chão
Abandonando os galhos
Em qualquer estação

É como os cabelos
Que um dia foram
Da cor da escuridão
Hoje são branqueados
E ditam solidão

Os olhos que velavam
Hoje nada mais podem ver
E faz sentir medo
Sem saber

É sussurrar mil vezes
E ser amordaçado depois
E sentir um abraço gélido
Na noite lúgubre e infinita

Enfim apagasse a luz
E no escuro fica só
Com a alma ferida
E o corpo dilacerado
Que logo se esvai

(amosventura)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Brasil

Brasil dos Severinos, dos Caboclos e de Lampião.
Brasil dos campos verdes, e da terra seca do sertão.
Brasil de Antonio Conselheiro, do herói Macunaíma.
Brasil Caipira, e do Juca Pirama.

Brasil que dorme com fome e frio
Brasil que acorda cedo, que passa o dia febril.
Brasil do povo doce que tem esperança
Brasil do velho do novo e das crianças

Dos gordos engravatados
Que passam o dia sentado

Brasil de mares
De pau-brasil
De quilombo dos palmares
De Carlos, de Gregorios
De Joses, de Rosas
De Mario, de Alencar
Brasil de tão lindas memórias
Que o tempo não vai apagar

Do canto do sabia, do choro da patativa.
Do vôo da tanajura
Brasil de fauna e flora
Brasil menino, do amor.
Que renasce com mais vida

Brasil do passado e presente glorioso
Brasil menino com futuro esperançoso.

Singela Homenagem A Pátria Amada...

(amosventura)

sábado, 14 de agosto de 2010

Menina (silencio, solidão)

A menina disfarçada de anjo
No desvão da noite
Sussurra em minha janela
A menina é a chama da vela

A menina figurada de ouro
No canto me encanta se desfaz
Sem rastro, no vasto caminho se esvai
A menina é silencio duradouro

A menina, livre, leve na imensidão
Vagando no mundo adormecido
É vozes ecoando na escuridão
A menina é o sonho esquecido


A menina é sombra é solidão
No caminho, caminha em vão
Faz o medo afugentar
A menina me faz acordar


Oh! Menina que mente a dor
Sou feito de frágil barro
Banhado na pureza do luar
A menina é o vulto a velar


Oh! Menina se apressa a deitar
Guarda teus sonhos sozinhos
Pra noite ornamentar
A menina se desmancha no ar

Sua ausência fez silenciar
As lembranças que exalam
Sem sentido de todo lugar
O que resta! A madrugada findar
(amosventura)

domingo, 18 de julho de 2010

Infeliz Cadáver ( rejeitado da solidão)

Infeliz cadáver

Deitado
Vê a beleza noturna
Chora lagrimas
Disfarçada

Ardente
Prazer intimo

Sacrificado
Mancha de vermelho
O chão barreado
Sente a alma
Exaustada
Da longa caminhada

Embriagado
Pecador miserável
Baila na calçada
Sonhando
Ergue o corpo
Contaminado

Ressuscitado
Ainda vaga
Por ruas nubladas

Assustado
Esconde desejos
Desgraçados
Solitário cadáver
Embriagado
Sem pressa
Volta pra casa
(amosventura)

domingo, 13 de junho de 2010

Fuga (da confusão)

O mundo todo, todo mundo.
Vaidoso, movimenta-se.
Movimento tão profundo
E aprofunda-se tão junto
Juntamente, confuso
Confunde confusão
Confundidos vão
Foram pra baixo.
Abaixo onde ficaram
Escondidos, dançam
Com a situação
E mal situados
Todo mundo
Fica no vazio
E morre,
Morte
Morto
Sem saber
Morrer
O mundo
Todo sumiu

terça-feira, 1 de junho de 2010

A Gruta (saudação a solidão)

No quarto cavo
A gruta muda

Muda o escuro
Muda o mundo
Sem pressa
Muda o vento
Sem cura
Perde o tempo

Sem medo
Cava mais fundo
E se afunda no duro chão
Sem solução
Brota leve nos córregos
Entre ossadas lavadas
Com a pressa
Da enxurrada, que desce

Pela boca da gruta
Cavada na escuridão
Sem forma sem razão
(amosventura)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A puta (solidão noturna)

Sim a puta
Solteira ou casada
Bela e formosa
Feia e desjeitosa
Amada e odiada
Eu quero a puta
Facilmente sem disputa

Loucamente desejada
Na madrugada, substituta
Gulosa, atrevida é provada
Quero a puta

A puta mais quente
Que beije,me arranhe inteiramente
A puta que não ama
E não reclama
Se chamam de puta ou meretriz

Mas a puta putaria
Lembra-me dos pecados que fiz
(amosventura)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Simples momento ( dia a dia )

Eu um brasileiro moreno e zangado
Conto piadas e vejo o tempo passar
Forço um sorriso frustrado
E esqueço a hora de acordar


Mas agora cansado duvidando da realidade
E dos planos que fazia antes de anoitecer
Hoje ando revoltado com tanta falsidade
Disfarçada em mentiras que tento esconder

Agora que sou um adulto, feio e barrigudo
Dançando nas boates, tonto de cachaça
Pronto pra sonhar e rir de tudo
E ver que sou esperançoso e sem graça

Vendo a vida chata e muito dura
Sempre adiando agora não sei viver
Mas paro, pra que tanta amargura
Ja que do telhado me jogo e ninguem vai entender........

(amosventura)

domingo, 16 de maio de 2010

Desespero do boiadeiro (invocação de chuva)

Em baixo do Imbuzeiro
Descansa do dia quente
Do sol do sertão que arde
Forte na pele da gente

Delirava deitado o boiadeiro
Na quentura forte e zangada
Onde o vento passava ligeiro
Escurecendo toda e estrada

Com o bafo quente empoeirado
Que dava medo em cangaceiro
Viajante tangerino e vaqueiro
Que desciam rápido do cerrado

Uma língua de fogo açoitava
Com um sopro forte aluía
O sabia solitário chorava
A arvore abrasada gemia

La nos confins da serra
O véu de fumaça se via
Que o céu azul se envolvia
E os pássaros como pedra

Ligeiro no chão descia
E as cinza para o alto subia
Com a reza forte soluçada
Da preta velha ajoelhada

(Singela homenagem ao sertão)
(amosventura)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Recordaçao (desejo de agua)

Recordação (desejo de água)

um pássaro que esqueceu de voar
que vaga pelo mundo
com o sol ardente
que seca todo o sertão
que vive escondido
entre galhos e folhas secas
esquecidas no chão
buscando entre o dia e a noite
um sonho um pedaço de mar
novas nuvens no ceu
vai pregar pra chuva
cair serena e a terra quente
nunca esquecer de molhar

(amosventura)

sábado, 17 de abril de 2010

Minha declaração ( antes da insonia)

Tive vários amores
moças sérias, e outras não tanto assim
Já namorei uma fidalga, que por eu ser pobre chegou logo ao fim
Mas também já fui raparigueiro,
subia na ladeira com a procissão
Pra ver a mulata com o seu xale comprido ate o chao
Já me embriaguei e dormi com as putas da praça
Acordei de manhãzinha e fiquei o dia inteiro sem graça
E Já amei de mansinho e já fui louco de paixão
Já cansei de me declarar, amar e ser mal amado
agora o que me resta são noites inteiras na solidão.......
(amos)

sábado, 6 de março de 2010

Esqueço

Os teus olhos tantos mistérios
Oh quão grande é o perigo
Em momentos tão singelo
O teu sorriso doce e tão severo

Em teus sonhos deixe encantar
Sussurros lentos e perfeitos
Esperam o dia para iluminar
Vagos e amargos são os pensamentos

Que me levam a perdição

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pensamentos Solitarios ( ainda nao sei a resposta)

Hoje minha madrugada foi no cabaré
Perdi todo meu pudor, minha conduta
Beijei, dancei, e me embriaguei
Com todas aquelas prostitutas

Sem nomes, cem mil reis
Com vestido longo de babado
De pele morena, corpo suado
De luz apagada eu te desejei

Seu garçom me vê mais uma bebida
Que hoje sou da noite, sou da vida
O meu amor deixei no salão
Minha nostalgia esqueci no balcão

Mas embriagado eu me despeço
Da fogosa noite mal dormida
Do prazer, e da puta mal vestida
Mas vou sem rumo eu confesso.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Vulto

Um vulto na janela, esperando a chuva
O céu não se cala, clareia a caatinga, mas não molha
É cada trovão que estremece no chão
Que o boiadeiro para longe corre
E o batuque do zabumba não se ouve
E quando vem a chuva, os pássaros se comovem
E tanta chuva, que molha todo meu sertão
E tanta água que meu boi por onde pisa se atola..........

(Amosventura)
(singela homenagem ao Cordel do Fogo Encantado)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A Noite

A noite ( quente igual caldeirao)


Num nobre desejo de solidão
Sempre a noite eu cantava
Para meu boi que espreitava
Na poeira do meu sertão

Sem menor expressão
Com os olhos cerrados
Procurando o capim seco
Que encontrava no chão

Esse boi que foi criado
Nas veredas de terra seca
Pisando nos torrão,
Esperando nos trovão

A chuva que não demora
Pelo chão seco da tapera
A água passa desesperada
Aguando, o solo empoeirado

Na tarde molhada de verão
A rezadeira chora, pro sertão
Com as lagrimas e a canseira
A espera de salvação......
(amosventura)